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Crianças de até um ano serão vacinadas a partir de 2010 na rede pública contra a bactéria pneumococo - que é uma das principais causa de morte na infância.
Ela provoca pneumonia, otite média, meningite bacteriana, entre outras.
“A OMS informa que entre as crianças menores de 5 anos que morrem por doenças imunopreveníveis, 28% delas morrem por doenças pneumocócicas. Essa iniciativa de inclusão no calendário nacional irá reverter esse quadro", avalia a médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), que debateu o assunto na XI Jornada Nacional de Imunizações e na VI Jornada Fluminense de Imunizações (26 à 29 de agosto de 2009), no Rio de Janeiro.
“No mundo e no Brasil, morrem mais as que contraem a doença antes do primeiro ano de vida, por isso, é fundamental que as crianças sejam vacinadas o mais precocemente possível: a partir dos dois meses”, explica Ballalai.
De acordo com a especialista, a crescente resistência do pneumococo (Streptococcus pneumoniae) aos antibióticos de uso regular mostra a importância do controle pela vacinação.
As crianças mais jovens apresentam maior risco de contrair a doença pneumocócica, bem como de morrer e apresentar sequelas.
“Uma vacina pneumocócica (7-valente) é usada há quase dez anos na rede privada. O Programa Nacional de Imunizações do Brasil, por exemplo, já comprovou a relação favorável de custo e benefício porque onde incluída ela sempre apresentou excelentes resultados”, explica a vice-presidente da Sbim.
Efeito coletivo
De acordo com dados da OMS, nos Estados Unidos, após a introdução da 7-valente no programa nacional de imunizações, houve redução de 100% nos casos de doença pneumocócica invasiva causada por sorotipos de pneumococo entre crianças com menos de 1 ano de idade.
Percebeu-se uma imunidade coletiva porque, dois anos depois, diminuiu em 75% a doença pneumocócica invasiva em crianças menores de 5 anos, de 41% entre os de 20 a 39 anos e de 31% nos maiores de 65 anos (também considerados de risco para a doença) .
“É uma proteção indireta para crianças e adultos que não receberam a vacina. Essa recomendação é baseada em estudos epidemiológicos e nas informações sobre o impacto da 7-valente em diversos cenários”, explica Ballalai.
Nos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIEs), do Ministério da Saúde, as crianças com doenças graves de base, como casos complicados de asma grave ou diabetes ou imunodeficiências, por exemplo, já têm direito a essa vacina, gratuitamente.