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( Marcelo Matusiak )
O drama provocado por emergências pediátricas superlotadas traz um componente a mais de preocupação.
Sem a opção de realizar um atendimento considerado no nível ideal, o mais comum para indicação nas infecções respiratórias em bebês e crianças, comuns nessa época do ano, acaba sendo o antibiótico.
- A grande maioria dos casos é de origem viral e sequer teriam indicação de antibiótico. Porém, muitas vezes o colega fica com um certo receio de se omitir numa prescrição e diante dessa insegurança e de uma condição de uma emergência superlotada acaba prescrevendo o antibiótico que pode ser desnecessário - explica o diretor científico da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Ilson Enk.
A postura não é criticada pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, mas o tema traz a preocupação com um uso excessivo desse tipo de medicação.
- Essa prática no longo prazo faz com que seja criada uma resistência progressiva ao uso de antibióticos. O que vemos é que a produção de novos medicamentos anda a passos de tartaruga e a evolução das bactérias anda no ritmo de avião à jato. Então é uma luta que estamos perdendo e que limita a atuação do pediatra em defesa de seus pacientes com infecções bacterianas - completa o médico Ilson Enk.