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Cuidado com o volume que chega aos seus ouvidos.
Por conta da exposição prolongada a sons altos no dia a dia, estima-se que quase 120 milhões de pessoas tenham algum tipo de problema auditivo.
Além de poder ficar surdo, o exagero de _zunzunzum_ pode desencadear outros distúrbios.
Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo os ruídos moderados podem impactar na saúde.
“Quem é exposto no trabalho a telefone tocando direto e muito falatório, por exemplo, chega ao fim do dia mais cansado e irritado do que os que trabalham em locais mais silenciosos”, explica o otorrinolaringologista Rodrigo Pêgo, membro da comissão em política pública em saúde da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
De acordo com o especialista, isso pode ter mais impacto do que um simples incômodo, porque a pessoa pode ficar agressiva, com confusão mental, insônia, estressada, com dor de cabeça intensa, dificuldade de ereção, mau humor, depressão, gastrite, úlcera ou prisão de ventre, entre outros distúrbios.
À beira da surdez
As células do ouvido não se regeneram, por isso, vale estar atento para evitar a surdez que é progressiva e irreversível.
“Quando a capacidade auditiva vai diminuindo, a pessoa costuma aumentar o volume - o que se torna ainda mais prejudicial, em um círculo vicioso”, diz Pêgo.
A agressão a essas células pode ser transitória ou definitiva e esses danos acontecem em graus diferentes.
No mais grave, a pessoa só consegue ouvir sons acima de 70 decibeis, como os de buzinas. Para ouvir, será necessário o uso de aparelhos auditivos.
Para quem leva a vida com uma trilha sonora nas alturas, deve saber que esses modelos novos de fones são esteticamente bonitos, mas são prejudiciais porque o som chega direto no tímpano, com a intensidade aumentada.
“As curvaturas e reentrâncias das orelhas funcionam exatamente como um filtro antes do som chegar aos ouvidos. Por isso, os modelos antigos, do tipo concha, muito usados nos anos 80, eram menos prejudiciais porque as encobriam”, explica o médico Rodrigo Pêgo.
Regule o som
Quanto mais alto o som chegar nos ouvidos, mais perto da surdez a pessoa estará.
O limite saudável é abaixo dos 55 decibeis, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Quem usa fones de ouvido, deve regular o som para que as pessoas ao lado também não ouçam. É muito comum também as pessoas aumentarem o volume para ‘abafar’ os barulhos da academia ou do trânsito, mas estão lesando as sensíveis células do ouvido”, explica Pêgo, que faz parte da equipe do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Municipal Salgado Filho, no Rio de Janeiro.
Já em locais abertos, o volume mais bem adequado é aquele que não seja necessário o interlocutor gritar para ser compreendido.
Para se ter noção, do que são os decibéis, na hora do gol em um estádio chega-se a 90 decibeis. Enquanto o jogo está rolando, só com o falatório, são atingidos cerca de 60 decibeis.
O barulho de uma britadeira ou show de rock passa dos 100 decibeis.
Silêncio necessário
Para proteger a saúde, é importante reservar algumas horas de silêncio ao organismo, especialmente na hora de dormir.
“Se a pessoa morar perto de vias movimentadas ou tem apartamento perto de elevadores, por exemplo, deve fazer um isolamento acústico ou usar um protetor de ouvido”, recomenda o especialista Rodrigo Pêgo.
Quem não dorme em local silencioso, não alcança todos os estágios do sono e acorda cansado e sonolento e isso pode desencadear outros problemas mais sérios.