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Crianças adoram correr, pular, subir em árvores, muros e superfícies altas, como se nada pudesse ocorrer com elas.
Mas acidentes acontecem e os pais devem estar atentos ao que fazer nesses casos.
Afinal, quedas infantis podem ter consequências graves.
“Lesões nas células responsáveis pelo crescimento do osso tubular, decorrentes de um trauma, podem deixar sequelas definitivas, como a parada do crescimento no local lesionado. Como resultado, o osso pode ficar curto ou entortar à medida que a criança for se desenvolvendo”, exemplifica Sandra Bianco, ortopedista do Prontobaby – Hospital da Criança, no Rio de Janeiro, que dispõe de ortopedia na emergência.
Segundo Bianco, muitas vezes uma simples imobilização permite a recuperação das células responsáveis pelo crescimento do osso, sem deixar qualquer dano ou sequela.
Por isso, se após uma queda a criança apresentar edema (inchaço local), sangramento e/ou dor intensa, os responsáveis devem procurar atendimento médico.
“Geralmente as mães sabem reconhecer se o choro do filho é ‘denguinho’ ou não. Mas nem sempre a dor é o melhor indicativo da gravidade do caso, pois ela é subjetiva. Já atendi criança que andava mesmo com fratura grave”, explica a especialista.
Aliviando os sintomas
Antes de levar a criança ao hospital, alguns procedimentos de primeiros socorros podem ser adotados, como colocar gelo no local do trauma para diminuir o sangramento e o edema.
Se houver qualquer ferimento, o local afetado deve ser limpo com água e sabão líquido ou sabão de coco.
“Não se deve colocar qualquer pomada ou medicação tópica em casos de ferimentos ou de traumas maiores nos quais se necessitará de avaliação médica imediata”, adverte Bianco.
Quando há deformidade em um braço ou em uma perna, que pode ser causada por uma fratura ou luxação, a simples imobilização com uma tala provisória de papelão pode aliviar a dor da criança e facilitar seu transporte até o hospital.
Em alguns casos, quando o trauma for muito grande, como uma queda de uma superfície alta, é aconselhável esperar a ambulância chegar ao local para fazer o transporte correto da criança.
“A mobilização do paciente, feita por não profissionais, em alguns casos pode causar uma lesão medular irreversível”, alerta a especialista.
Esse cuidado vale especialmente se após a queda a criança tiver perda de sensibilidade, dormência nos membros ou dores na coluna.
A ortopedista do Prontobaby, Sandra Bianco, listou alguns problemas decorrentes de quedas por crianças que demandam atendimento hospitalar:
Fratura - Ocorre quando o osso se quebra. As fraturas em crianças nem sempre são de fácil diagnóstico. “Mesmo médicos experientes, se não estiverem habituados com as radiografias em crianças, terão dificuldades no diagnóstico. Como o osso ainda é imaturo, com muita cartilagem que não é visível no Raio X, muitas vezes necessita-se exames comparativos para se avaliar uma articulação”, observa Bianco. As fraturas são sempre imobilizadas com gesso. Em alguns casos, é preciso operar.
Luxação – Ocorre quando dois ossos que se articulavam perdem essa posição funcional. Em hipótese nenhuma, deve-se tentar colocar o osso no lugar, como medida de primeiros socorros por leigos. Aguarde avaliação do ortopedista. Em alguns casos, pode ser necessário operar.
Entorse – Trata-se de uma lesão ligamentar. Varia, como numa fratura , em graus de gravidade, podendo ser tratada só com gelo local, com imobilizações não gessadas, e até mesmo com imobilizações gessadas.