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Telefones celulares podem ter dez vezes mais bactérias do que a maioria dos vasos sanitários. Ficou assustado?
Pois saiba que essa conclusão é de uma pesquisa recente feita na Universidade do Arizona (EUA) e divulgada em veículos de comunicação de todo o país.
Mas há motivos para pânico?
Segundo o infectologista-chefe do Hospital Villa-Lobos, Cláudio Roberto Gonsalez, esses dados têm um poder mais alarmante do que representam de fato.
“Encontrar germes no celular ou no sanitário não significa algum problema. É natural e o que se espera que aconteça”, afirma.
Segundo o médico, a presença destes seres microscópicos não é “privilégio” de determinados produtos. “Tudo no meio ambiente é infectado. Não existe nada que não seja. A ideia de que há um local que não tenha germes não existe. Não incluindo centros cirúrgicos, claro. Neste caso, é outra história”, ressalta.
Apesar disso, Gonsalez alerta que é importante manter boas práticas de higiene, como lavar as mãos e fazer a limpeza adequada destes objetos, pois isso diminui a quantidade de bactérias que podemos adquirir.
O uso do álcool gel em substituição ao hábito de lavar as mãos não é a mesma coisa, de acordo com o infectologista. “O álcool gel é um complemento. O ideal é lavar as mãos”, diz.
Deixar de lado tais hábitos de higiene pode abrir às portas para a entrada desses germes no organismo. Entretanto, grande parte deles não faz mal à saúde.
“Teoricamente, os germes presentes nesses produtos não são nocivos, porque são os mesmos que estão na nossa pele, que estão conosco. Até podem causar doenças graves, mas vai depender de uma falha de defesa do organismo e da via de introdução deste germe”, enfatiza o médico.
No caso de pacientes hospitalizados, a recomendação é parecida. “Por ser aparelho celular não teria problema nenhum [usá-lo]. A higienização tem que ser feita com qualquer objeto”, afirma.
Apesar da importância da desinfecção desses aparelhos, o recomendado é evitar preocupações obsessivas com limpeza.
“Toda vez que você fizer a desinfecção do aparelho, momentos depois ele já está contaminado”, afirma o infectologista. E completa: “Tudo tem que ser dosado”.