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A ereção peniana
A ereção peniana ocorre automaticamente na fase REM (Rapid Eye Movement - movimento ocular rápido) do sono, a partir de um estado de excitação sexual espontânea ou proveniente de estímulos vários originados dos órgãos dos sentidos.
O cérebro processa esses estímulos e envia a mensagem para que os corpos cavernosos se encham de sangue e determinem a rigidez do pênis. Ao mesmo tempo, o corpo esponjoso do pênis (uretra e glande), dilatam-se por um maior aporte do fluxo sangüíneo.
Cessado o estímulo sexual ou após o orgasmo, o sangue que lentamente circulava nos corpos cavernosos, escapa, esvaziando-os e promovendo a volta do pênis ao estado de flacidez.
A ereção peniana tem duração variada, de minutos a uma ou duas horas, em média, suficiente para a satisfação sexual.
O que é priapismo?
Priapismo, ou ereção peniana prolongada (dos corpos cavernosos, mas não do esponjoso), dolorosa, sem desejo sexual e que não cede após o orgasmo, tem esta denominação em homenagem ao Deus grego da fertilidade, Priapus.
É uma condição patológica em que o pênis persiste em ereção por muitas horas ou dias.
Como ele não obtém sua natural e conseqüente flacidez, constitui uma situação de urgência em que medidas para promover o fim da ereção deverão ser tomadas de imediato, sob pena de graves conseqüências futuras para a função erétil do paciente.
O quadro clínico mais comum do priapismo é dramático: o paciente apresenta-se ansioso, preocupado com uma ereção peniana que há horas ou até dias não cede.
Com dor no pênis, que se apresenta plenamente ereto, exceto a glande que estará flácida, corpo do pênis algo edemaciado (inchado) e com temperatura um pouco abaixo do esperado.
Causas
O priapismo possui muitas causas. Algumas são conhecidas, outras, nem tanto.
Dentre as conhecidas, podemos enumerar:
- lesões traumáticas da medula espinhal, pênis, períneo ou pélvis;
- doenças do sangue como anemia falciforme e leucemia;
- uso de medicamentos tais como alguns anti-hipertensivos, psicotrópicos e
- drogas usadas em auto injeção peniana para tratamento de impotência sexual (disfunção erétil.
Quando não se consegue determinar a causa, o priapismo é classificado como idiopático.
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado, principalmente, no quadro clínico do paciente.
Raramente serão necessários exames complementares para o diagnóstico do priapismo.
Estes, serão necessários para a tentativa de estabelecimento da causa.
Os mais comumente realizados são:
- exames de sangue (hemograma completo, gasometria arterial);
- exames de imagem para pesquisa de afecções da pélvis, uretra, próstata e
- coluna espinhal (radiografias, tomografias, ultra-sonografias, etc.).
Tratamento
O tratamento tem dois aspectos básicos:
1. Providenciar a imediata detumescência dos corpos cavernosos e,
2. Reparar a causa subjacente responsável pelo priapismo, quando possível.
Para tanto, emprega-se uma série de medidas, como:
- Repouso e sedação do paciente;
- Hidratação por via venosa;
- Interrupção ou substituição de possíveis medicamentos responsáveis pelo quadro;
- Transfusões de sangue;
- Punção do corpo do pênis por agulhas, aspiração e lavagem do espesso sangue represado nos corpos cavernosos; introdução (pela própria punção) de medicamentos para estimular a flacidez dos corpos cavernosos e
- Cirurgia, quando as tentativas anteriores falharem.
Os procedimentos cirúrgicos visam criar uma comunicação artificial entre os corpos cavernosos e o esponjoso, para desviar o sangue daqueles e promover a flacidez peniana.
O priapismo, tende a ocorrer novamente, o que obriga pacientes e médicos a uma vigilância cuidadosa, principalmente nos casos causados por anemia falciforme ou idiopáticos.
Em alguns casos, principalmente naqueles em que a ereção dura mais de doze horas, alterações metabólicas sobre o delicado tecido dos corpos cavernosos poderão ter como conseqüência, a disfunção erétil peniana (impotência sexual).
Para que tal não ocorra, os pacientes com priapismo deverão ser atendidos pelo urologista o quanto antes, para evitar desastrosas conseqüências para a função erétil peniana e qualidade de vida.