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O ponto de partida de toda a atividade sexual prazerosa é o contato íntimo. O contato, seja no sentido subjetivo – o olhar, o sorriso, os gestos - ou através do toque, significa um encontro com tato.
Lamentavelmente, em nossa cultura o sexo é muito genitalizado; está, ainda, circunscrito à penetração.
Isso acarreta uma vida sexual empobrecida e com pouco prazer.
Assim, torna-se fundamental reconhecer a sexualidade como uma expressão lúdica, em que o prazer é parte essencial.
A descoberta do sexo como fonte de prazer, implica em ampliar a vivência erótica do contato corporal; saber que a pele é o principal órgão sexual extragenital. Sua exploração levará à descoberta de uma fonte inesgotável de zonas erógenas; sendo, portanto, um componente importante para a experiência do prazer sexual.
Acariciar o corpo de seu (sua) parceiro (a) assemelha-se à uma viagem pelo universo das sensações e, sem dúvida, se constitui um ingrediente básico para uma relação sexual satisfatória. Porém, nem sempre ambos querem a mesma coisa; o que agrada a um, pode não agradar ao outro. Além disso, a intensidade, a rapidez e o tipo do toque geram inúmeras reações, indo do extremamente prazeroso ao desagradável. Assim, para que não aconteça um descompasso, cabe ficar atenta (o) às reações do seu par, e também, aprender a diferença entre parar e prosseguir, rudeza e ternura, performance e afeição. Este é um cuidado, onde a pessoa é tratada como pessoa.
Vale lembrar que o prazer sexual é uma conquista muito recente, principalmente para as mulheres; pois a relação sexual possuía, como único objetivo, a reprodução.
Há alguns poucos anos atrás, uma mulher que expressasse desejo sexual e orgasmo era tida como doente – o orgasmo feminino era classificado como patológico e tratado clinicamente. Hoje o panorama é outro. A partir da liberação sexual, ocorrida nos idos da década de 60, o orgasmo feminino passou a ser uma obrigação; instituiu-se a tirania. Se não tem orgasmo, tem problemas e precisa ser tratada. Claro que existem mulheres anorgásmicas (que não conseguem ter orgasmo), e constitui-se em um problema gerador de muitas angústias. Só que essa obrigação gera tanta ansiedade e medo que a experiência de prazer e/ou o orgasmo ficam muito longe de serem alcançados.
Existem respostas físicas diretas que sinalizam um estado de excitação sexual: a ereção e a lubrificação vaginal. Tais reações são indícios de que o contato está sendo agradável. Contudo, quanto mais tempo for dedicado às carícias, a excitação sexual tende a aumentar, podendo deflagrar o orgasmo.
Mas, o que é o tão falado orgasmo? O orgasmo, em ambos os sexos, envolve duas dimensões:
1.Fisiológica:
Caracteriza-se por contrações rítmicas e involuntárias, em resposta ao incremento máximo da tensão sexual. Apresenta-se como uma descarga de toda a energia sexual acumulada. Tais contrações na mulher, concentram-se mais no clitóris, na vagina, no útero; nos homens, no pênis, na próstata e na vesícula seminal. Contudo, estendem-se por todo o corpo, geralmente, em forma de uma tensão muscular generalizada, acompanhada de taquicardia, sudorese, formigamento e respiração acelerada, deflagrando contrações do tipo convulsivas. Em seguida, surge um relaxamento muitas vezes acompanhado por um alívio e bem estar.
Durante o orgasmo feminino ocorrem contrações pélvicas em intervalos de 0,8 segundos, em média; e pode consistir de 03 até 15 contrações.
A reação orgásmica masculina, envolve uma certa padronização. Ao atingirem um determinado estágio de excitação sexual ocorrerá, invariavelmente, a ejaculação, configurando um reflexo fisiológico – esse momento é chamado de iminência orgásmica.
2. Subjetiva:
Esse aspecto se traduz pelas sensações de prazer, que, por sua vez, são experiências muito individuais e variam, também, conforme a situação.
Nas mulheres, observa-se uma enorme variação, quer na intensidade, duração ou freqüência da experiência orgásmica. A experiência do prazer é muito variada no universo feminino e poderá vir ou não acompanhada pelo orgasmo. Em outras palavras, a mulher poderá não experimentar um orgasmo durante a relação sexual, mas isso não quer dizer que esteve privada de sensações de prazer.
Para os homens, fingir um orgasmo é muito difícil – a ejaculação é a evidência concreta. Mas isso não quer dizer que sempre experimentam orgasmos prazerosos; pois, a experiência de prazer é um aspecto altamente subjetivo, conforme foi mencionado.
Alguns fatores podem influenciar, negativamente, a experiência do prazer sexual. São eles: cansaço físico, ansiedade de desempenho, falta de confiança no parceiro (a), curto espaço de tempo dedicado às carícias preliminares, local não apropriado, pressa, consumo de bebidas e drogas, dificuldade de concentração nas sensações eróticas, dentre outros.
Enfim, para viver a sexualidade em sua plenitude basta que se conheçam as preferências, os desejos e os ritmos de seu par. Deixar o corpo falar. Romper mitos. Deixar de lado a ansiedade em ter um desempenho nota dez. Libertar-se das culpas e dos medos.Permitir-se à entrega. Saborear. “Sair do ar”!