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A cirurgia plástica alcançou um papel importante nestes tempos modernos, em que beleza é confundida com perfeição e a imagem correta promove não apenas o aumento da auto-estima, mas a inserção do indivíduo na sociedade.
A popularização desses procedimentos cirúrgicos atraiu um novo público.
Uma parcela da população com amplo acesso à informação, grande poder de consumo e capacidade de decisão: os adolescentes.
Numa fase da vida em que as mudanças corporais são uma constante, muitos se sentem à margem dos padrões de beleza vigentes e procuram na cirurgia plástica uma melhora na qualidade vida.
E é neste momento que entra a responsabilidade do cirurgião plástico.
Um cirurgião plástico é, antes de tudo, um profissional da saúde com acesso às diversas ferramentas que promovem o bem-estar de seus pacientes.
É incorreto acreditar que um adolescente insatisfeito com alguma imperfeição estética esteja apenas supervalorizando esta situação.
Não é incomum, nos consultórios, receber adolescentes com problemas reais, infelizes, retraídos e afastados de seus grupos sociais com queixas fundamentadas.
Questões físicas provocam grandes traumas nos adolescentes, numa fase da vida em que eles já estão cheios de dúvidas e inseguranças.
Atualmente, no entanto, a mídia criou a falsa impressão de que a cirurgia plástica é a panacéia para todos os males da auto-estima e esta a armadilha que deve ser evitada tanto por profissionais quanto por pacientes.
O cirurgião plástico obedece a regras rígidas da ética profissional e tem expertise para optar pela melhor tratamento a ser aplicado em cada paciente, inclusive no encaminhamento a um tratamento psicológico.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, os adolescentes são responsáveis por 13% das plásticas feitas no país.
Seria leviano acreditar que este número refere-se apenas a meninos e meninas com problemas infundados de auto-imagem.
A presença de adolescentes não é um fenômeno recente, o que ocorre é que há alguns anos era normal falar em cirurgia apenas depois do crescimento corpóreo.
Com a evolução das técnicas já é possível operar jovens em fase avançada de crescimento. E o aumento do conhecimento médico em genética colabora para esta prática.
Uma menina com mamas gigantes, que vem de uma família cuja mãe e avó sofrem do mesmo problema, não precisa esperar até os 18 anos para decidir pela redução.
A cirurgia é o único recurso para eliminar este problema e o cirurgião plástico tem a palavra final sobre esta decisão.
A exigência é que a paciente esteja bem psicologicamente e tenha uma expectativa realista da cirurgia e do processo pós-operatório.
Mesmo correções que aparentemente não passam de caprichos, como orelhas de abano e nariz adunco, podem transformar a vida desses jovens, elevando a auto-estima e desfazendo traumas, principalmente porque o adolescente costuma passar por mudanças de ambiente – trocar de escola, entrar na faculdade – e reconstruir sua imagem.
O tratamento conferido ao paciente com imperfeições reais, geradoras de traumas e impeditivas do desenvolvimento psicossocial, obviamente é diferente do aplicado àquele que tem um problema de insatisfação com a imagem.
Para estes, o cirurgião plástico deve recomendar não apenas o amadurecimento da idéia, mas também chamar os pais à co-responsabilidade pela decisão, que pode mascarar problemas psicológicos mais sérios.
Meninas com ambição à profissão de modelo podem realmente precisar se livrar de uma gordura localizada que atrapalha sua carreira e, por vezes, um procedimento simples evita que essa fixação evolua para um quadro de anorexia.
Ainda que as cirurgias plásticas vivam um momento de popularização dos procedimentos, com facilidades para o pagamento e técnicas menos invasivas, cabe ao cirurgião plástico, profissional especializado e balizado, decidir se as queixas de seus jovens pacientes são procedentes ou não.
Norteado por valores éticos e conhecimento específico, este profissional da saúde vai decidir pela melhor solução do problema, que pode ou não passar pela intervenção cirúrgica.