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Atualmente tem se dado um enfoque muito grande nas cirurgias cesarianas (ou simplesmente cesária). Questiona-se a indicação, as técnicas, os riscos e benefícios etc..Mas afinal por que cesária? Por que parto normal?
A origem da cesária é controversa. Acredita-se que o imperador romano Caio Júlio César tenha nascido através dela. Ou pode ter se originado pelo verbo "caedere", que significa cortar. Pode estar relacionada também à lei romana Lex Caesarea, que impedia que mulheres mortas fossem enterradas antes de se tentar salvar o feto, através de cirurgia.
No Brasil os primeiros relatos são de 1909. Hoje em dia existe uma tentativa mundial em diminuir a incidência do número de cesáreas. Mas por que existe esse aumento?? Existem vários motivos, entre os quais destacamos:
1- Medo de processos legais envolvendo má prática obstétrica. Exemplo: meu filho nasceu com problema porque o doutor deveria ter feito uma cesária e não fez.
2- Conveniência do obstetra e da própria parturiente, que erroneamente interfere na via do parto. Exemplo: O que a Sra. acha de fazermos a cesária no Sábado (que estou mais folgado, sem outros compromissos)? Será que pode ser às 08:30 para ele ser do signo de aquário e ter ascendente em Peixes, prá mim ia ser melhor..??
3- Má formação do obstetra. Exemplo: Farei a cesária para evitar que demore muito para nascer e possa dar algum problema que precise usar o forceps,já que não sei usar.
4- Diagnóstico precoce de sofrimento fetal e alterações congênitas. Exemplo: Precisamos fazer uma cesária pois o feto tem uma alteração cardíaca que está levando ao sofrimento.
No Brasil o Ministério da Saúde estipulou uma porcentagem para o pagamento, atraves do Sistema Único de Saúde (SUS), para as cesáreas, com o intuito de diminuir a incidência. Ou seja, se um determinado serviço de saúde, ultrapassar a porcentagem estipulada, não receberá o pagamento. Concomitante foi lançada a campanha incentivando o parto normal.
Salvo algumas exceções, não se tem como saber se uma gestante vai ter um parto cesária ou normal. Apenas durante a evolução do trabalho de parto é que se pode definir isso.
Existem indicações absolutas e relativas na indicação de cesáreas.
Indicações absolutas: São aquelas em que deve ser realizado a cesária devido ao grande risco materno e fetal.
- desproporção cefálo-pelvica: feto muito grande para a bacia materna
- placenta prévia centro total: a placenta recobre todo o orifício do útero.
Indicações relativas: São aquelas em que deve ser avaliado a relação risco/beneficio e observando que cada caso é único e pode se apresentar de diversas formas em cada gestante. Não é obrigatória a indicação da cesária, devendo prevalecer o bom senso do obstetra.
- primigesta (primeiro filho) idosa ou adolescente
- morte fetal
- apresentação pélvica prematuro
- gêmeos prematuros
- tumores pélvicos
- cirurgias corretivas vaginais (períneo)
- herpes genital ativo
- varizes vulvares
- 02 partos cesárea anteriores
Para finalizar, cabe ao obstetra a decisão da via de parto e à paciente o questionamento e esclarecimento de todas as suas dúvidas, lembrando que bom senso é fundamental para ambos, que com certeza desejam a mesma coisa: uma criança sadia!