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Uma descoberta de oftalmologistas brasileiros acaba de ser premiada nos Estados Unidos.
A equipe do Instituto de Olhos Renato Ambrósio percebeu que um corante usado há décadas para cirurgias oculares é eficiente no diagnóstico de olho seco. Trata-se do azul de tripano.
Ele tem mais sensibilidade do que os demais para detectar as células da superfície em sofrimento, já tem comprovação para uso intra-ocular, é mais acessível aos oftalmologistas em todo o mundo, e é barato.
“Vale destacar que esse corante não arde como outros - tipo o rosa bengala. O azul de tripano é muito bem tolerado pelos pacientes, pois quem já sofre com a síndrome do olho seco geralmente sente cansaço visual, sensação de areia e ardor, por exemplo”, explica o oftalmologista Renato Ambrósio Jr., do Rio de Janeiro, que tem doutorado pela USP.
O olho seco atinge mais de 40% da população mundial, de acordo com novas estimativas norteamericanas.
“Como alguns pacientes relatam lacrimejamento, o diagnóstico da síndrome é um desafio. O problema é com a qualidade da lágrima que não lubrifica a superfície ocular corretamente, tanto por produção insuficiente quanto pela evaporação em excesso”, explica Ambrósio Jr.
O especialista conta que observou que o corante azul de tripano poderia ser usado para esse tipo de diagnóstico durante cirurgias de catarata - quando o corante é usado para facilitar a visualização de estruturas, aumentando a segurança da cirurgia.
“Acreditamos que diversos outros estudos virão para comprovar esta eficiência e para demonstrar o papel deste produto no diagnóstico da disfunção lacrimal ou olho seco. Esta é um contribuição importante da Oftalmologia Brasileira que será muito reconhecida em todo o mundo”, avalia Ambrósio Jr.