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Apesar dos avanços na medicina, ainda há pessoas sendo amputadas por complicações na circulação sanguínea.
E não são poucas.
Para se ter uma ideia, somando os dados de 2008 e 2009, 1849 passaram pelo procedimento, somente nos hospitais públicos do Estado do Rio de Janeiro.
Estima-se que mais de 90% dos pacientes com gangrena poderiam evitar a amputação ou limitá-la a uma parte do pé, se tivessem se tratado antes de chegar a esse estágio de morte do tecido.
A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ) recomenda que doenças de base, como o diabetes, a hipertensão, o tabagismo e o colesterol, por exemplo, sejam controladas, porque elas podem levar à isquemia crítica.
Para isso, indica uma vida saudável, com atividade física regular e consumo de alimentação balanceada, com frutas, legumes e verduras.
“Essa é a melhor forma para se evitar a obstrução nas artérias, chamada de aterosclerose. Para avaliação da saúde vascular, é preciso consultar um especialista na área desde o início dos primeiros sintomas de dor nas pernas ao caminhar”, ressalta o angiologista e cirurgião vascular Paulo Márcio Canongia.
Como evolui para amputação
Geralmente, tudo começa com a chamada claudicação intermitente: “Ao caminhar, a pessoa sente dor na panturrilha e precisa parar. Quando volta a andar, a dor recomeça”, explica Canongia.
Com o agravamento da obstrução arterial, o fluxo sanguíneo é reduzido gradativamente e a distância que o paciente consegue andar vai diminuindo proporcionalmente.
Tem início a isquemia crítica, que é a situação máxima de falta de circulação.
“Com a dor contínua no local, mesmo em repouso, o quadro pode evoluir para ferida e, por fim, para a gangrena”, conclui.
Atualmente, além das intervenções convencionais para o desentupimento da artéria da perna, estão sendo feitas angioplastias.
Um stent, que é uma espécie de mola, fica definitivamente no lugar da dilatação e garante o fluxo de sangue.
“O especialista avalia qual a melhor opção em função do risco cirúrgico, idade, expectativa de vida, disponibilidade de safena, grau e extensão da lesão, entre outras”, diz Canongia.
Se esse tipo de procedimento não for realizado, haverá morte do tecido e será preciso amputar. Quanto mais cedo procurar um médico, melhores serão as chances do paciente em manter a perna.