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Fimose


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O que é fimose

A grande maioria dos meninos nasce com o prepúcio¹ naturalmente aderido à glande, impedindo sua exposição.

Isso ocorre propositadamente, pois trata-se de um mecanismo natural para proteger a delicada glande do nascituro.

Com o tempo, as aderências soltam-se espontaneamente, de modo que, aos seis anos de idade, a maioria dos meninos poderá expor a glande completa e normalmente.

Fimose ² é estritamente a incapacidade de expor completamente a glande. Expor a glande significa poder "descobrir" a "cabeça" do pênis, espontaneamente ou manualmente, com o pênis flácido ou ereto.

A não exposição da glande ocorre por aderência desta ao prepúcio ou por estreitamento do orifício prepucial.

Na prática, em linguagem popular, fimose é quando você não consegue "abrir" o pênis, ou seja, puxar a pele para trás e descobrir a glande.

Pode-se nascer com fimose ou adquiri-la por traumatismos ou inflamações do pênis.

É importante ressaltar que a grande maioria dos homens normais apresenta uma certa "sobra" ou excesso de prepúcio que, com o pênis em repouso, recobre e ultrapassa a glande.

Isto não é fimose, é uma condição normal.

Além disso, todo homem normal possui uma estrutura semelhante a um cordão, que liga a extremidade da glande ao prepúcio, impedindo que este seja excessivamente tracionado.

É o freio do pênis, também conhecido como cabresto. Portanto, uma estrutura normal, com função bem definida. Estrutura semelhante existe na língua, com igual finalidade.

No início da puberdade, os jovens aguçarão sua curiosidade com respeito ao pênis e descobrirão a agradável sensação de experimentar ereções e manipular seus genitais.

Geralmente, a masturbação é sua primeira experiência sexual. A iniciação sexual propriamente dita ocorrerá, na maioria das vezes, entre os 15 e 20 anos de idade.

Antes da mesma, é comum haver uma certa ansiedade por diversos motivos, entre eles, a presença da fimose ou um excesso de prepúcio. Questionam-se sobre dificuldades de penetração, roturas do freio do pênis ou prepúcio na primeira relação sexual ou nas subsequentes.

Abaixo estão alguns esclarecimentos pertinentes.


Masturbação

A masturbação e/ou o ato sexual poderão, nos portadores de fimose, causar dor, desconforto, lacerações, inchaços e sangramentos do prepúcio ou do freio do pênis.

Como conseqüência, além das alterações locais penianas, pode desenvolver-se um temor de que o desconforto se repita nas próximas relações, o que pode levar, em conseqüência, a distúrbios da excitação, ereção e orgasmo.


Excesso de prepúcio

O excesso de prepúcio, ou a simples existência do freio do pênis, não costuma comprometer ou atrapalhar a masturbação ou o ato sexual.


Primeira relação sexual

Na primeira relação sexual, por inexperiência, pressa de penetrar, sem a parceira estar devidamente lubrificada e relaxada, ou intempestividade, pode haver a desconfortos ou dor prepucial.

Além disso, roturas do freio do pênis ou prepúcio, poderão ocorrer tanto nos portadores de fimose quanto nos que tem prepúcio normal ou excessivo.

Não se trata de uma condição obrigatória, como muitos pensam, ou seja, a primeira relação sexual do homem é diferente da primeira da mulher: nada deve romper-se ou sangrar.

Homem não tem hímen ou estrutura correspondente. Se algo se rompe ou sangra é por penetração intempestiva, desajeitada ou inadequada.


Influência da fimose no desempenho sexual

Fimose ou alterações anatômicas do freio do pênis não têm qualquer influência direta no desempenho sexual.

Excitação sexual, ereção peniana ou orgasmo dependem de mecanismos e estruturas anatômicas específicas, não da pele ou do freio do pênis.

As dificuldades sexuais experimentadas pelos portadores de fimose, excesso de prepúcio e alterações do freio do pênis dão-se, em geral, por antecipação da penetração ou condução do ato sexual, que poderá provocar dor, laceração ou desconforto peniano.


Recomendações

Caso ocorra dor, desconforto ou lacerações penianas, com ou sem conseqüências no desempenho sexual, o correto é abster-se de qualquer manipulação peniana ou prática sexual e procurar um urologista que avaliará a situação.

Ele recomendará técnicas adequadas para a realização do ato sexual, prescreverá medicamentos quando for o caso ou indicará cirurgias para remover o prepúcio (circuncisão ou postectomia) ou o freio do pênis (plástica do freio ou frenoplastia).


Intervenção cirúrgica

No adulto, a circuncisão é feita sob anestesia local. O anestésico é injetado na base do pênis, sob a pele (vide figura no fim do texto).

Não dói nem mais nem menos que uma injeção em outro local do corpo. Apesar do temor da agulha, os que se submetem ao procedimento toleram-no muito bem.

A cirurgia dura cerca de 30 minutos e consiste em remover a porção prepucial aderida à glande ou estreitada, ou o excesso de prepúcio, quando indicado.

Em média, 10 a 20 pontos cirúrgicos são necessários para reparar a ferida. Curativo é feito e o paciente pode ir para casa logo após.


Pós-operatório

A dor pós-operatória é moderada e pode ser controlada por analgésicos. Ereções penianas pós-operatórias não costumam constituir-se em problemas. É comum a ocorrência de inchaço e hematomas penianos que cedem em alguns dias.

É necessário repouso relativo de um a três dias, após os quais pode-se dirigir automóveis ou executar trabalhos que não demandem maiores esforços físicos. Em cerca de 15 dias após a cirurgia é possível praticar esportes.

Relações sexuais após 30 dias, em média.

Os pontos cirúrgicos são de material absorvível e não precisam ser retirados. Os curativos são simples e não demandam cuidados maiores.

É comum ocorrer uma discreta diminuição da sensibilidade da glande que raramente compromete a qualidade do ato sexual.

A plástica do freio do pênis é semelhante, só que muitas vezes mais simples que a circuncisão, tanto na sua execução quanto na recuperação, que é bem mais rápida. Na maioria das vezes, é realizada simultaneamente à circuncisão.


A cirurgia pode ser realizada na rede pública ou através de convênios

A rotina pode variar segundo a experiência e orientação do cirurgião ou do caso de cada paciente.

O custo destes procedimentos varia conforme o médico e a região. Se forem feitas simultaneamente, a circuncisão e a plástica do freio, cobra-se o apenas pela circuncisão.

A maioria dos planos de saúde autorizam-nas para seus beneficiários e podem ser realizadas, também, por serviços públicos de saúde, sem ônus.

O paciente portador de anatomia peniana normal ou excesso de prepúcio, não necessita submeter-se à circuncisão ou plástica do freio peniano, se não experimenta freqüentes alterações inflamatórias ou traumáticas ligadas ao ato sexual.

Já o portador de fimose, tanto por motivos higiênicos, quanto para minimizar a possibilidade de câncer do pênis e outros problemas associados ao ato sexual, deverá procurar seu urologista para uma avaliação.


¹ - todo menino normal nasce com um prolongamento da pele peniana (prepúcio) que cobre a chamada cabeça do pênis (glande).

² - fimose é uma enfermidade, ou seja, ocorre quando é impossível retrair e puxar o prepúcio, para descobrir e mostrar a glande.



Publicado em: 06/05/2001. Última revisão: 28/09/2024
 COLABORADORES 
Dr. Cálide Soares Gomes Dr. Cálide Soares Gomes - Urologista formado em Medicina pela UFMA, 1982, com residência médica em Urologia, HMSA, Rio de Janeiro-RJ. Titular da Sociedade Brasileira de Urologia. Efetivo da Confederacion Americana de Urologia. Efetivo do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Professor da Disciplina de Urologia da UFMA. CRM:3011
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