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Estudo recente realizado por médicos da Clínica de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e patrocinado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional do Estado de São Paulo (SBD RESP) demonstrou que o uso contínuo do filtro solar não impede a síntese da vitamina D.
A vitamina D, que é produzida pelo organismo é estimulada pela exposição ao sol, previne a osteoporose, o raquitismo e outras doenças, inclusive alguns tipos de câncer.
"Estudos não ligados à dermatologia têm sugerido que a prática da fotoproteção para prevenção do câncer da pele poderia provocar deficiência de vitamina D, e, como resultado, futuras alterações na mineralização óssea", destaca o autor do estudo, Dr. Marcus Maia, professor adjunto da disciplina de Dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e membro da SBD RESP.
"Nosso estudo mostrou que, apesar de as concentrações de vitamina D em indivíduos fotoprotegidos serem menores, não são suficientes para causar hipovitaminose", afirma o autor do estudo.
Publicado nos Anais Brasileiros de Dermatologia, o estudo foi vencedor do Prêmio Saúde! – Categoria Saúde da Pele, promovido pela revista Saúde!, da Editora Abril e também tem como co-autores o Dr. Sergio Setsuo Maeda e a Dra. Carolina Marçon, ambos ligados à Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
O objetivo da pesquisa foi avaliar os níveis de vitamina D em pacientes orientados para uma intensa proteção solar, o que inclui evitar os horários de maior radiação solar, procurar permanecer na sombra, fazer uso correto do filtro solar fator 30, chapéus e camisetas.
O estudo envolveu 50 pacientes de pele clara, com idades entre 35 e 60 anos.
Segundo os médicos, para obtenção da quantidade necessária de vitamina D, bastaria a exposição da pele a pequenas quantidades de sol do cotidiano e, por esse motivo, a fotoproteção tem sido recomendada com boa margem de segurança pelos dermatologistas.
“É evidente que o bloqueio completo da radiação ultravioleta causaria diminuição significante na produção de vitamina D, mas num país tropical como o Brasil a proteção solar absoluta é impossível de ser praticada. De acordo com os resultados do trabalho, portanto, deve-se ter mais preocupação em proteger a pele do sol do que temer o prejuízo ósseo”, conclui Maia.
O câncer da pele é o tipo de tumor maligno mais comum no ser humano. Apenas em 2008, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou que aproximadamente 120 mil novos casos da doença tenham sido diagnosticados no país.
Os pacientes mais freqüentes têm acima de 40 anos e apresentam pele clara ou pintas.
Desde 1999, a Sociedade Brasileira de Dermatologia realiza a Campanha Nacional de Prevenção do Câncer da Pele, oferecendo atendimento gratuito à população para diagnóstico do câncer da pele e promovendo ações de conscientização sobre a importância da fotoproteção.