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Ecologia e meio ambiente


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O homem por toda sua existência sempre buscou as respostas para as perguntas: De onde venho? Para onde vou? Como serei no futuro? O que será de meus filhos? etc.

Aliado a estas perguntas, ainda observamos que o homem é um eterno insatisfeito frente a tudo o que tem e a tudo o que faz. Isto, como a tantas e tantas coisas na vida, tem o lado positivo e o negativo.

O positivo é que não fosse esta insatisfação, o homem não evoluiria como indivíduo e como sociedade (se bem que para muitos isso ainda é questionável...).

O aspecto negativo são os métodos que se fizeram necessários para alcançar esta evolução. As necessidades que foram se tornando imprescindíveis para o homem moderno não fizeram com que conquistasse sua quietude de espírito mas, pelo contrário, o "quanto mais sei, sei que não nada sei".

Este desatino evolucionário na sociedade humana gerou a tecnologia. A tecnologia angariada pelo capitalismo (leia-se consumismo) gerou, e ainda gera, uma busca desenfreada pelos bens primários da natureza e sua transformação, sem falar no lixo.

Sem dúvida a natureza é o sustentáculo do homem e de seus desatinos, das suas necessidades as vezes nobres, as vezes supérfluas.

A natureza tem uma grande capacidade de tolerância aos impactos que recebe, tal como o organismo humano que, sofrendo um trauma, tem vários mecanismos de defesa, reorganização e regeneração de tecidos. No entanto este organismo quando sofre um trauma por demais grave, não consegue se recuperar e vem a falência. Este limiar nem sempre é percebido quando o homem utiliza e impacta a natureza.

Mais do que nunca o homem vem valorizando este assunto pois tem entendido que quando um organismo se extingue por sua culpa, direta ou indiretamente pode estar sendo diretamente prejudicado por um novo medicamento, uma fonte protéica essencial ou mesmo um recurso comercial essencial para a economia de determinada sociedade que se vai também.

Enfim, a organização da velha e quase inesgotável dispensa da humanidade começa a ser vista com outros olhos, com mais racionalidade e bom senso.

Nunca se pensou tanto em economia ao pensar em ecologia. É natural pensarmos que as florestas nativas derrubadas hoje, são o prejuízo capital de amanhã, não vendo apenas a questão ambiental mas uma questão de racionalidade de custo/benefício e disponibilização de recursos.

Já vai também o tempo em que se pensava que os recursos naturais eram inesgotáveis e podia-se usar como bem quisesse e por quem quisesse. Por serem de todos, o uso por alguns deve ser controlado ao máximo.

Nesta filosofia, sobrevirão o aumento das taxas e fiscalização do uso dos recursos hídricos, por exemplo, que está sendo tão discutido ultimamente por parte de governos e produtores rurais. Em alguns países da Europa também tem sido muito discutida a questão da sobretaxa de empresas que emitem produtos na atmosfera em âmbito ainda inédito, que são as empresas aéreas.

Os aviões a jato ao voarem lançam não apenas os produtos da combustão do querosene, como também o próprio querosene, e seus gases acabam poluindo o ar. Atualmente são milhares de vôos diários por sobre a mesma região geográfica nos grandes centros urbanos gerando um impacto ambiental e diminuindo a qualidade do ar, principalmente por sobre os centros urbanos.

Em suma, a nova mentalidade ecológica que está vindo sai das passeatas de meia dúzia de ecologistas kamikazes que defendiam o verde sem apresentar sustentação lógica ou técnica, para entrar na mente de todos como medidas racionais e diárias de toda a humanidade.

Hoje temos a educação ambiental dada desde as séries iniciais para as crianças, e uma ampla divulgação na mídia. É um processo lento, porém esta forma de pensar é mais do que mexer com economias e o próprio bem-estar das pessoas.

É necessário se pensar no presente e futuro da humanidade, ou seja, estamos falando da nossa sobrevivência.


Publicado em: 01/06/2000. Última revisão: 05/11/2024
 COLABORADORES 
Rodrigo Beheregaray Rodrigo Beheregaray - Biólogo Mestre em Biociências PUCRS; fundador do Museu Oceanográfico do Vale do Itajaí (MOVI) na Univ. do Vale do Itajaí (UNIVALI); pesquisador na área de zoologia, atualmente em biologia de peixes; membro da Biopampa Consultoria Ambiental Ltda.
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