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A dificuldade em deglutir (disfagia) é comum entre grupos de todas as idades, especialmente nos idosos.
O termo disfagia se refere à sensação na dificuldade em deglutir alimento ou líquido que passam da boca para o estômago.
Esta alteração pode ser causada por vários fatores, a maioria dos quais não necessitam de tratamento, pois são transitórios.
Estas dificuldades temporárias raramente indicam um problema mais sério como um tumor ou uma desordem neurológica progressiva.
Quando o sintoma não é claro em um curto período de tempo, deve-se procurar um médico otorrinolaringologista.
Como deglutimos?
As pessoas deglutem normalmente centenas de vezes ao dia, alimento, líquido, saliva e o muco produzido pelo próprio organismo.
O processo de deglutição tem três estágios (fases):
1 - Fase Preparatória Oral (Controle Voluntário)
Ocorre quando o alimento é colocado na boca, mastigado e preparado para deglutir. Durante a fase oral a língua empurra o alimento ou líquido, para parte detrás da boca, iniciando o reflexo de deglutição.
2 - Fase Faríngea (Controle Involuntário)
Inicia-se quando a comida ou líquido passa rapidamente através da faringe (que é o canal que liga a boca ao esôfago) para o esôfago.
3 - Fase Esofágica (Controle Involuntário)
É quando o alimento ou líquido passa através do esôfago caminhando para o estômago.
O que pode causar desordens da deglutição?
Uma interrupção no processo de deglutição pode causar dificuldades.
Isto pode ocorrer por falha dentária, próteses dentárias mal adaptadas ou simplesmente por uma gripe.
A causa mais comum de disfagia é o refluxo gastroesofágico.
O refluxo ocorre quando o ácido estomacal se move para cima (do esôfago para a faringe) causando desconforto.
Outras causas podem incluir: AVC (acidente vascular cerebral), desordens neurológicas progressivas, traqueostomia, paralisia ou paresia de prega vocal, tumores na boca, garganta ou esôfago.
Sintomas:
- Dificuldade em deglutir saliva,
- Sensação de líquido ou sólido raspando na garganta durante ou após a refeição ou enquanto deglute saliva,
- Desconforto na garganta e no tórax, especialmente quando há presença de reflexo gastroesofágico,
- Sensação de corpo estranho na garganta,
- Perda de peso ou nutrição inadequada por tempo prolongado,
- Tosse ou engasgo causados por alimentos, líquidos ou saliva, que não passam facilmente durante a deglutição e pequenas quantidades de alimento, líquido ou saliva, que podem encaminhar-se aos pulmões.
Quem avalia e trata as desordens de deglutição?
Em muitos casos principalmente em condições de gripe ou refluxo gastroesofágico temporário, o clínico pode diagnosticar e efetivamente tratar a desordem.
Quando a desordem da deglutição é mais significativa, ou quando a causa não é obvia, um cirurgião ou um médico especialista deve ser procurado.
Esses especialistas incluem: um Otorrinolaringologista, Fonoaudiólogo, Gastroenterologista, Radiologista, Cirurgião Torácico, Nutricionista, Neurologista e Dentista.
Frequentemente, a equipe multidisciplinar é necessária para fazer um diagnóstico e plano de tratamento.
Avaliação da desordem de deglutição persistente.
Quando a disfagia é persistente e de causa não aparente, o otorrinolaringologista deve analisar o histórico do paciente e examinar a boca e a garganta.
Isso pode ser feito, com a ajuda de espelhos ou pela nasolaringoscopia que propicia uma visão da parte posterior da boca, garganta e laringe.
Se necessário, o exame do esôfago, estômago e duodeno deve ser realizado.
Os especialistas podem recomendar Raios X, para verificar o mecanismo de deglutição chamada de deglutição de barium que deve ser realizado pelo radiologista.
Se existir algum problema especial, o fonoaudiólogo realiza junto com o radiologista a videofluoroscopia de barium modificado.
Este exame visa identificar as fases da deglutição.
Usando diferentes consistências de alimento e líquido, pede-se ao paciente, que degluta em várias posições, permitindo ao fonoaudiólogo testar a habilidade em deglutir.
Um exame neurológico pode ser necessário, se a desordem da deglutição for proveniente do sistema nervoso como AVC ou outras desordens neurológicas.
Tratamentos Possíveis:
Quando a causa é determinada as desordens da deglutição podem ser tratadas com:
- Terapia da deglutição (fonoaudiologia);
- Terapia Cirurgia;
- Terapia Medicamentosa.
A maioria das desordens pode ser tratada com medicação, drogas que diminuam a produção de ácido estomacal, relaxantes musculares e antiácidos, podem ser alguns dos medicamentos indicados.
Para o tratamento do refluxo gastroesofágico indica-se a mudança de hábitos, por exemplo:
- Comer uma dieta leve, em pequenas porções, porém, mais vezes ao dia;
- Eliminação de álcool e cafeína;
- Redução de peso e estresse;
- Não ingerir alimento 3 horas antes de deitar-se;
- Elevação da cabeceira da cama para dormir.
Se estas orientações não forem suficientes, pode-se tomar antiácido entre as refeições e antes de dormir.
O fonoaudiólogo pode orientar exercícios para coordenação dos músculos da deglutição ou reestimular os nervos que estão "presos" no refluxo de deglutição.
Os pacientes também podem ser orientados de como colocar o alimento na boca e a posição da cabeça e do corpo, facilitando o processo de deglutição.
O nutricionista deve determinar a quantidade de alimento ou líquido necessário, para que o indivíduo se mantenha nutrido e hidratado.
A cirurgia é indicada em alguns casos; se existe um estreitamento de alguma estrutura, essa área pode necessitar ser alongada ou dilatada; se o músculo é muito tenso, pode ser necessário dilatá-lo ou mesmo ser secionado cirurgicamente.
Este procedimento se chama miotomia e é feito pelo cirurgião de cabeça e pescoço.
Muitas causas contribuem para as desordens da deglutição. Se você apresenta uma desordem persistente da deglutição, consulte um otorrinolaringologista, cirurgião de cabeça e pescoço ou um fonoaudiólogo.