PUBLICIDADE
|
“Este artigo foi baseado na Dissertação de Especialização em Saúde Coletiva, intitulada Prevenção em Odontogeriatria, apresentada em Fevereiro de 2009 no Curso de Especialização em Saúde Coletiva do Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic, Campinas, pelo Dr. Marco Tulio Pettinato Pereira, cuja dissertação foi aprovada com nota máxima”.
Envelhecer e manter a qualidade de vida, com saúde geral e bucal, serão os grandes desafios a serem alcançados neste século [20].
A saúde do idoso sofre forte impacto da aposentadoria, pois leva o mesmo a maior exposição a doenças associadas a inatividade física, tendo como principais fatores a ociosidade assim como a segregação, levando à deterioração gradual dos processos sensoriais, e também induzindo o indivíduo a isolar-se e desenvolver enfermidades crônicas ou degenerativas pelo próprio processo de envelhecimento.
As doenças crônicas mais comuns em idosos são:
- respiratórias,
- condições coronárias avançadas,
- debilidade renal,
- doenças cardiovasculares,
- artrite,
- distúrbios emocionais ou psicológicos como ansiedade ou depressão e,
- distúrbios endócrinas, como a diabetes tipo dois.
Então, é de extrema importância considerar os eventuais distúrbios sistêmicos que podem envolver a cavidade bucal na sua apresentação clínica, como por exemplo, um paciente diabético não controlado pode ter os tecidos bucais edemaciados, sendo válido sinalizar que o diabetes favorece o aparecimento da doença gengival. Além disso, o diabetes produz halitose e dificulta a cicatrização [17] [19].
Não é incomum pacientes apresentarem gengivites e periodontites de difícil controle em função de glicemia elevada. Além disso, a infecção gengival dificulta o tratamento do diabético [22].
Mas é importante mencionar que os pacientes diabéticos frequentemente apresentam doenças cardiovasculares e estão mais susceptíveis a processos infecciosos se a doença não está sendo adequadamente controlada [19].
Os pacientes idosos ainda podem estar sujeitos a outras complicações próprias da terceira idade, como a depressão, perda da memória, estresse, aterosclerose, obesidade, incontinência urinária, alergias, anemia e lesões da mucosa bucal [1].
Além disso, muitos idosos têm medo do cirurgião-dentista, muitos têm instabilidade de postura, que os impossibilitam de deitar na cadeira ou levantar dela, muitos tem a mobilidade comprometida e dependem de cadeiras de rodas, bengalas, apoio de terceiros para caminhar, ou simplesmente não andam mais [7].
E estas deficiências/alterações devem ser levadas em conta, uma vez que foi constatado que o paciente geriátrico que possue algum grau de dependência, têm uma deficiência na higiene oral e que representa o mais sério problema de saúde bucal [22].
Nesse contexto, os profissionais envolvidos no tratamento de idosos, além da parte técnica envolvida, devem buscar analisar os aspectos biopsicossociais no atendimento ao paciente idoso, para direcionar uma atenção voltada às suas necessidades mais amplas.
Além do mais, um programa preventivo bucal eficiente é aquele individualizado para determinado paciente e que conte com o apoio de seus familiares e cuidadores devidamente treinados e informados para proporcionar uma promoção de saúde com o intuito de melhorar a qualidade de vida destes idosos mais debilitados físicamente.