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No Brasil, o câncer de estômago está em terceiro lugar na incidência entre homens e em quinto, entre as mulheres.
A maior incidência do problema ocorre em homens na faixa dos 70 anos. Aproximadamente, 65% dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago têm mais de 50 anos.
Este tipo de câncer está muito associado a hábitos alimentares, portanto este aumento das estatísticas revela que os brasileiros ainda possuem uma dieta pouco saudável.
De acordo com o Relatório Políticas e Ações para a Prevenção do Câncer no Brasil desenvolvido pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), em parceria com o Fundo Mundial de Pesquisa Mundial contra o Câncer, a associação de boa alimentação com atividade física constante é capaz de prevenir, em grande número, cânceres relacionados, sobretudo, ao sistema digestivo.
A publicação também informa que 41% dos tumores de estômago poderiam ser evitados por meio de alimentação adequada, nutrição, exercícios físicos regulares e gordura corporal adequada.
O sedentarismo e o consumo de alimentos processados e ricos em sal, gorduras e açúcares têm contribuído para o aumento de peso, incidência de obesidade e o desenvolvimento de doenças crônicas, até mesmo em crianças e adolescentes.
Por conta disso, o relatório preconiza medidas simples, como consumir água potável e cuidados com a higiene e conservação dos alimentos.
“Para a prevenção do câncer de estômago é fundamental seguir uma dieta balanceada, composta de vegetais crus, frutas cítricas e alimentos ricos em fibras, desde a infância. Ácido ascórbico (vitamina C) e betacaroteno (precursor da vitamina A), presentes em frutas e verduras frescas, atuam como protetores contra o câncer de estômago, porque evitam que os nitritos (conservantes encontrados em alimentos industrializados) se convertem em nitrosaminas. Além disso, é importante a cessação do tabagismo e a redução da ingestão de bebidas alcoólicas”, afirma o cirurgião Alexandre Sakano.
Alimentação pobre em carnes e peixes e nas vitaminas A e C, ou ainda alto consumo de alimentos defumados, enlatados, com corantes ou conservados em sal são fatores de risco para esse tipo de câncer.
Em algumas regiões brasileiras, onde os alimentos não são mantidos em geladeira e a sua conservação é precária, a incidência de câncer de estômago aumenta significativamente.
O uso de água de poços, geralmente com alta concentração de nitrato, está associada à maior incidência de tumores gástricos.
Doenças pré-existentes, como anemia perniciosa, lesões pré-cancerosas (como gastrite atrófica e metaplasia intestinal), e infecções pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) podem predispor os indivíduos á doença.
Presente nos alimentos e na água potável, a H. pylori, segundo estimativas, pode habitar o estômago de cerca de 70% da população no Brasil, porém somente indivíduos predispostos geneticamente, ou seja, que tenham nascido com um receptor no estômago capaz de hospedar a bactéria, manifestam o problema.
O tratamento com antibióticos é eficaz em 95% dos casos.
A bactéria provoca gastrite crônica, que, quando não tratada adequadamente, evolui para gastrite atrófica e atrofia gástrica.
Uma lesão pré-cancerosa, no entanto, leva aproximadamente 20 anos para evoluir e se tornar um câncer.
Aqueles que fumam e também ingerem bebidas alcoólicas ou que já tenham sido submetidos a operações no estômago têm maior probabilidade de desenvolver o câncer de estômago, bem como indivíduos com histórico familiar da doença.
O câncer de estômago não gera sintomas específicos.
No entanto, a manifestação de alguns sinais, como perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente podem indicar uma doença benigna (úlcera, gastrite etc.) ou mesmo tumor de estômago.
Mas as pessoas devem ficar atentas a alguns sintomas que demonstram sinal avançado da doença, como massa palpável na parte superior do abdome, aumento do tamanho do fígado e presença de íngua na área inferior esquerda do pescoço e nódulos ao redor do umbigo.
Não são comuns sangramentos gástricos em lesões malignas, entretanto, o vômito com sangue ocorre em cerca de 10 a 15% dos casos de câncer de estômago.
Também o paciente pode manifestar sangue nas fezes, fezes escurecidas, pastosas e com odor muito forte (indicativo de sangue digerido).
Para diagnosticar a doença, deve ser feita uma endoscopia digestiva alta, o método mais eficiente, e o exame radiológico contrastado do estômago.
Na endoscopia, é realizada a biópsia e a avaliação citológica.
Porém, a maioria dos casos de câncer de estômago é diagnosticada em estágio avançado, porque não há sintomas específicos, principalmente no começo.
O principal método de tratamento é a retirada cirúrgica de parte ou todo o estômago, além dos nódulos linfáticos próximos, é a principal alternativa terapêutica e única chance de cura.
A radioterapia e a quimioterapia são considerados tratamentos secundários, que podem contribuir para melhorar os resultados do tratamento.