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( Marcelo Matusiak )
Esportes em nível profissional, nos quais mulheres e meninas são submetidas a esforços rigorosos em busca do melhor resultado, provocam o debate sobre as práticas atuais de procedimentos anticonceptivos.
Pela primeira vez o Comitê Olímpico Brasileiro incluiu na equipe uma ginecologista, o que demonstrou uma maior preocupação com o tema e foi bem recebido pelos médicos.
- A iniciativa é interessante no sentido de proporcionar um atendimento e um entendimento mais aprofundado da parte de ginecologia para essas atletas que estão competindo. Isso vem adicionar para que haja um maior controle e bem estar no atendimento médico das mulheres durante a competição - afirmou a diretora administrativa da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul, Maria Celeste Osório Wender.
Durante os dias de jogos as mulheres são obrigadas a lidar com um inimigo silencioso que pode ser a Tensão Pré-Menstrual (TPM) que pode afetar o rendimento das atletas.
Para evitar isso, o mais comum é o uso de uma pílula anticoncepcional em regime estendido, ou seja, sem o intervalo, para evitar a menstruação durante a competição.
- Em muitos casos se faz isso por comodidade. Isso é absolutamente tranquilo e não causa problemas porque não interfere na função hormonal e traz o benefício do bem estar para atleta - completa a médica representante da Sogirgs.
O caso das ginastas é o que causa maior polêmica.
A atividade física muito extenuante, segundo a médica Maria Celeste Osório Wender, pode provocar alterações que acarretam na não menstruação.
O fenômeno é determinado por dois diferentes fatores.
O primeiro é que a própria atuação de elevado stress da atividade física faz com que seja interrompida a função ovulatória.
O segundo é a diminuição do percentual da gordura corporal da atleta e que, através disso, pode provocar uma alteração da produção hormonal que, consequentemente, leva a não menstruação.